No meio acadêmico, quando se fala em Marketing, muito provavelmente você ouvirá sobre Philip Kotler e o Mix de Marketing (4 Ps do Marketing).
Embora Kotler não seja o criador dos 4Ps do Marketing, foi ele quem popularizou o conceito, enfatizando sua importância para as organizações.
Seja como for, muitos cursos que envolvam a disciplina de Marketing em sua grade, em algum momento, abordam os 4Ps do Marketing. Esse conceito é apresentado como uma ferramenta de planejamento que visa desenvolver estratégias de marketing para oferta de um produto ou serviço.
Nesse sentido, quando os 4Ps do marketing foi apresentado, o mundo estava bem diferente do que é hoje. Afinal, não existia toda a tecnologia que temos a nossa disposição, e muito menos a Internet.
Kotler, junto com Kartajaya e Setiawan, trás os novos aspectos da economia digital no livro marketing 4.0, revelando a dinâmica existente e apontando as principais tendências do marketing no futuro.
Leia também: Melhores livros de empreendedorismo 2020: conheça
Economia Digital: a nova dinâmica!
A tecnologia aliada a Internet trouxe para os dias atuais um fator que alterou toda dinâmica sobre como organizações e pessoas se relacionam. Este fator é a conectividade, que superou as limitações geográficas, conectando pessoas de diferentes lugares e culturas em todo mundo.
A conectividade protagonizou uma ruptura assombrosa na forma como nos comunicamos e interagimos, mudando totalmente o estilo de vida das pessoas.
Evidentemente, esse impacto atingiu as empresas que, para Kotler, por mais de um século moldou a forma como as pessoas pensavam sobre uma marca. Agora, são as pessoas que, conversando entre-se, moldam a marca.
Dos 4 Ps para os 4 Cs do Marketing
Nesse contexto, os 4Ps do marketing torna-se incompleto para lidar com a nova realidade tecnológica de um mundo conectado. Isto é, é necessário acomodar mais participação do consumidor. Dessa forma, um novo mix de marketing é desenhado, e então surge os 4 Cs.
Os 4 Os agora é redefinido para os 4 Cs, que representam: cocriação (co-criation), moeda (currency), ativação comunitária (communal activation) e conversa (conversation).
O novo Mix de Marketing na era da Economia Digital:
Cocriação (co-criation): cocriação é uma nova estratégia para as empresas no desenvolvimento dos seus produtos. Nela, os clientes participam desde de o início da concepção do produto, o que melhora as chances de sucesso do produto no mercado.
Moeda (currency): trata-se da precificação do produtos, que agora torna-se dinâmica, e permite as empresas otimizarem os lucros através de um preço personalizado, através da análise de big-data.
Aqui, o preço baseia-se em aspectos como a o histórico de compras, proximidade do consumidor com o estabelecimento e etc. Ou seja, o preço é como uma moeda, flutua em função da demanda do mercado.
Ativação comunitária (communal activation): os consumidores cada vez mais exigem a oferta de produtos quase que instantâneos.
Nesse sentido, empresas como Uber e Arbnb se destacam por oferecerem produtos e serviços, ainda que não sejam proprietários deles.
Ou seja, a ideia é conectar a oferta do produto a demanda mais próxima, atendendo o consumidor com muito mais agilidade.
Conversa (conversation): já se foi o tempo em que as promoções eram decisões unilaterais das empresas. Hoje, com as mídias sociais, os consumidores conversam e trocam experiências de compras entre-se.
Sendo assim, a participação do consumidor não pode ser evitada e sistemas de avaliações devem estar à disposição dos consumidores para que possam conversar com as marcas.
Com o novo mix de marketing as empresas tem maiores chances de ganharem a confiança dos seus consumidores.
Porém, vale lembrar que na economia digital, não cabe mais as organizações tratarem seus consumidores como públicos passivos. Ambos devem buscar maior valor comercial de forma ativa e transparente.